Como sabemos, o coronavírus é uma doença respiratória transmitida pelo ar, o que facilitou a alcançar a situação de pandemia na qual o mundo se encontra.
No processo de transmissão da doença, basicamente, o paciente infectado dissemina o vírus por meio de micropartículas encontradas na saliva, durante a fala ou a tosse, e por meio das secreções nasais.
Por conta dessas formas de contaminação e a ausência da máscara, item crucial na redução de contaminação, muitos ambientes começaram a ser evitados, como os consultórios odontológicos, por conta do receio que cresceu com a pandemia.
Contudo, diferentemente do que se pensa, esse pode ser um dos locais mais seguros nesse momento, desde que medidas de biossegurança sejam tomadas.
Por isso, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) publicou normas a serem seguidas por todos os consultórios e pacientes, a fim de garantir a saúde e a segurança de todos.
O cuidado com a saúde bucal, que já era de extrema importância antes, agora se torna fundamental para a garantia da saúde dos dentes e de todo o corpo, já que cada vez mais são entendidas relações entre a saúde bucal e as formas mais graves do coronavírus.
Basicamente, dentre as recomendações da CFO indica-se que os casos emergenciais devem ser atendidos e é preciso tomar todos os cuidados para evitar o surgimento de doenças que precisem de assistência profissional.
Além disso, tratamentos opcionais de cunho estéticos, como o clareamento dental, ainda podem ser feitos, mas é necessário avaliar o melhor momento para isso, como os momentos de flexibilização e a confiança com o consultório. Em caso de possibilidade, o ideal é que esses procedimentos sejam adiados.
Como a covid pode afetar a saúde bucal?
A higienização correta de toda a cavidade bucal era, antes da pandemia, um dos principais cuidados a serem tomados para evitar doenças dentais e nas gengivas.
Isso ocorria, principalmente, porque já era de conhecimento médico que o agravamento desses quadros podem se tornar periodontais capazes de causar, até, doenças cardíacas e pulmonares.
Já com estudos recentes realizados por pesquisadores da África do Sul, Estados Unidos e Reino Unido, compreendeu-se que o acúmulo de placas bacterianas aumenta a severidade com que o vírus da covid-19 age no corpo dos pacientes que possuam gengivite – inflamação dos tecidos gengivais e periodontais.
Isso porque as feridas causadas pela infecção gengival facilitam a entrada do vírus na corrente sanguínea.
Deste modo, assim como as doenças cardíacas originadas por bactérias bucais, o vírus da SARS-CoV-2 infecta mais rapidamente o coração e é bombeado para as artérias pulmonares.
Também por isso é importante evitar qualquer tipo de procedimento odontológico que não seja emergencial, principalmente aqueles mais invasivos.
Nesse sentido, apesar das aplicações como a lente de contato dental poderem ser realizadas, é crucial avaliar o momento, o local de realização e a possibilidade adiar o procedimento, principalmente para evitar modificações que podem impactar na vulnerabilidade do organismo.
Os dentes e a máscara facial
Neste período de incertezas, muitos se atentam em encontrar a melhor forma de se proteger da pandemia e manter sua integridade física e mental.
Com essas preocupações, algumas dúvidas surgem em relação a como a saúde dos dentes pode ser afetada pelo uso diário da máscara protetora, ou mesmo se o seu uso pode prejudicar o desempenho dos tratamentos que estão sendo realizados, como o aparelho dental invisível.
A boa notícia é que a máscara protetora facial pode ser usada sem medo de que possa prejudicar a saúde bucal ou os tratamentos com aparelhos, bem como qualquer outro aspecto da saúde geral.
No entanto, é importante atentar-se a alguns cuidados que devem ser tomados em relação à proteção dessas máscaras e até aos processos de higienização da cavidade e face.
As máscaras devem ser de uso individual e precisam ser trocadas a cada 3 horas ou caso estejam úmidas, no caso das máscaras de tecidos é possível higienizá-las e reutilizá-las.
Contudo, é preferível o uso da máscara N95 ou PFF2 e, após seu uso, ela não pode ser lavada. Para a devida eliminação de possíveis microorganismos, ela deve permanecer em um lugar seco e arejado por pelo menos 24 horas antes da reutilização.
Além disso, a escovação ao retornar para casa, bem como os processos de higienização já tradicionais, também podem contribuir para um melhor controle da saúde bucal e reduzir os riscos de contaminação.
6 dicas para manter os dentes saudáveis durante a pandemia
Manter uma higienização bucal adequada nunca foi tão importante. Além de te proteger de dores e desconfortos nos dentes, podem prevenir agravamentos da covid-19 e de tantas outras enfermidades.
Por esse motivo, de modo a auxiliar esse processo, confira seis dicas para manter a saúde bucal em dia:
- Realize a escovação e os demais cuidados com a limpeza diariamente;
- Antes da escovação lave bem as mãos, até os pulsos;
- Preferencialmente, enxague com água salgada ou antisséptico para inflamação gengival;
- Higienize adequadamente a língua e bochechas;
- Troque a escova ao se recuperar de infecções (ou a cada 3 meses);
- Mantenha a escova em uma mistura de enxaguante bucal e água.
Já ao necessitar de algum tratamento, como o implante dentário, medidas de segurança devem ser tomadas ao ir ao consultório, como usar a máscara nos ambientes de circulação e usar o alcool em gel sempre que necessário.
Por fim, cabe ressaltar que o CFO também regulamentou normas de higiene para pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Para uma manutenção de qualidade da saúde bucal e corporal, os pacientes devem manter a higiene bucal redobrada e ainda realizar passos extras, como a limpeza bucal com o uso de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) de 0,5% a 1% ou povidona a 2%.
Inclusive, pacientes que usam dispositivos protéticos bucais, ou mesmo modelos de aparelho invisível móveis, não devem levá-los ou usá-los no hospital, sendo necessário deixar com os familiares antes da internação, para evitar a contaminação nesses ambientes, visto que ao removê-los é preciso deixar em um local seguro e podem ficar vãos que favorecem a proliferação de bactérias. Conteúdo originalmente desenvolvido pela equipe do blog Lógica de Mercado, uma rede de conteúdos para alavancar negócios e proporcionar mais qualidade de vida e saúde.